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Sábado, 9 de novembro de 2019

Simpósio de comunicações C - 1.º e 2.º CEB

Moderadora: Margarida Abreu

CO8 - “Antes de o ser já o era?” Matemática e o desenvolvimento de uma consciência ecológica

Joana Baptista, Agrupamento de Escolas Ibn Mucana

 

Uma década depois da realização de um trabalho de projeto com uma turma de quinto ano, que teve como ponto de partida a questão “Como é que a matemática pode ajudar a nossa escola a ser mais ecológica?” tentei compreender de que modo a disciplina de matemática poderia ser facilitadora da compreensão de diversos problemas ambientais, como poderia favorecer a construção de uma atitude crítica  e como poderia ajudar na procura de soluções de problemas ambientais.

Hoje em dia em que todas as disciplinas são chamadas para se conectarem e entrecruzarem saberes, pergunto-me que papel toma a matemática neste projeto de autonomia e flexibilidade curricular?

Com o Decreto-lei nº55/2018 abrem-se novas possibilidades de relacionar de forma concreta domínios da disciplina de matemática com domínios da disciplina de cidadania e desenvolvimento.

Pode a matemática ter um contributo direto para a disciplina de cidadania e desenvolvimento, abarcando vários temas presentes nas aprendizagens essenciais? A matemática tem lugar num projeto ambiental? Como é que isso pode acontecer?

 

CO9 - Conhecer capacidades e competências para aprender melhor

Ricardo Machado, Instituto Superior de Educação e Ciências, Escola Superior de Educação de Lisboa, & UIED da FCT-UNL

Margarida César, Centre de Recherche en Psychologie Socioculturelle de l’Institut de Psychologie et Education da Université de Neuchâtel; professora associada com agregação aposentada da Universidade de Lisboa.

 

No sistema de ensino português devem privilegiar-se práticas, em aula, que promovam o desenvolvimento de competências essenciais (ME, 2018). Assim, é prioritário conhecer as capacidades e competências que os alunos conseguem mobilizar no início do ano letivo e as que devem desenvolver, para adequar as práticas (Machado, 2014). Isto é ainda mais relevante em Matemática: esta disciplina é rejeitada por diversos alunos, que não atingem o sucesso académico. Muitos mais revelam dificuldades em atribuir sentidos às aprendizagens (César, 2013, 2014).

Esta investigação faz parte do projeto Interacção e Conhecimento (IC), que durou 12 anos. A sua equipa elaborou um instrumento de avaliação de capacidades e competências (IACC), a usar pelos professores que lecionam do 5.º ao 12.º anos de escolaridade, na 1.ª semana de aulas. Assumindo o paradigma interpretativo, realizámos um estudo de caso intrínseco, relativo ao IACC (Machado, 2014). Os principais participantes foram os alunos que responderam ao IACC (cerca de 600 turmas, todo o país). O instrumento de recolha de dados privilegiado é a recolha documental, pois as respostas pertencem ao corpus empírico do IC. Realizámos uma análise de conteúdo, da qual emergiram categorias indutivas, que caracterizam os desempenhos no IACC.

Analisamos desempenhos de alunos do 2.º ciclo, iluminando como usar o IACC, impactes nas práticas, nomeadamente na formação de díades e grupos, e contributos para uma educação matemática de elevada qualidade.

 

 

CO10 - Apps for Good – uma metodologia de projeto transversal e inovadora

Matilde Buisel e João Baracho, CDI Portugal / Apps for Good

O Apps for Good é um programa educativo tecnológico que está a ser implementado nas escolas que leva os alunos a desenvolverem aplicações móveis com temas ligados à sustentabilidade/ para resolver problemas sociais ou temas que os preocupem no seu dia a dia ou na sua comunidade. Tem por base uma metodologia de projeto que leva ao desenvolvimento e conceção de um produto e está acessível a todas as escolas, a todos os alunos do 5º ao 12º ano e a professores de todas as áreas disciplinares. Para a sua implementação, professores têm acesso a uma plataforma com conteúdos online.

Primeiro as escolas são convidadas pela Direção-Geral de Educação, parceiro do programa, a participar e depois quem faz a operacionalização do programa é o CDI Portugal. Em termos de apoio ao programa, visitamos as escolas, damos formação acreditada aos professores sobre a metodologia Apps for Good e disponibilizamos uma rede de especialistas online.

A metodologia Apps for Good pelas suas caraterísticas transversais e inovadoras pode ser implementada em diferentes modelos: de forma curricular, extracurricular, de forma combinada e ainda aplicada ao projeto de Flexibilidade Curricular e à Educação para a Cidadania.

Em 2019/20, irá decorrer a 6º edição em Portugal que já conta com mais de 350 escolas.

 

CO11 - O desenvolvimento do pensamento algébrico nos estudantes dos primeiro anos: discutindo equivalências e relações

 

Etienne Lautenschlager, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Alessandro Jacques Ribeiro e Lilian Cristina de Souza Barboza, Universidade Federal do ABC

 

Durante muito tempo, a concepção sobre o ensino da Álgebra foi caracterizada pela reprodução de técnicas e procedimentos. Por outro lado, há um consenso entre os estudiosos sobre a necessidade de se conceber o ensino da Álgebra a partir de uma nova perspectiva em que as crianças possam construir conhecimentos algébricos com compreensão. Em razão da importância do desenvolvimento do pensamento algébrico nos primeiros anos de escolaridade, e opondo-se à ideia de um ensino baseado na memorização sem compreensão das estratégias, este trabalho tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento do pensamento relacional dos alunos por meio de tarefas. Neste trabalho, consideramos que as tarefas influenciam as oportunidades de aprendizagem que podem ser oferecidas aos alunos, por isso é importante que os professores façam uma escolha criteriosa das mesmas. Nesse sentido, pensando-se em promover avanços no processo de iniciação à álgebra para crianças, é importante que o professor organize e proponha tarefas para construção de generalizações a partir de relações numéricas e das operações aritméticas e suas propriedades, e ainda da noção de equivalência associada ao sinal de igual (=). Esperamos com este trabalho contribuir para o avanço no processo de desenvolvimento do pensamento algébrico dos alunos, nos primeiros anos de escolaridade, possibilitando uma aprendizagem facilitadora da transição da aritmética para a álgebra.

Simpósio de Comunicações
(Duração 1h45)
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